O aluguel residencial registra alta recorde no acumulado dos últimos 12 meses. A elevação é de 16%, maior variação desde 2011. Além da reposição da inflação, o aumento tem relação com a estagnação de preços a partir da pandemia e a escassez de imóveis para locação.
O “apagão” de lançamentos entre 2016 e 2020 também influenciou no resultado, já que o déficit habitacional acelerou e chegou à marca de 7,7 milhões de moradias, segundo dados de 2021 da Abrainc. Isso corresponde a cerca de 10% do total de residências no país.
A maior alta do aluguel na década chama atenção por dois fatores. De um lado, preços maiores elevam a perspectiva de rentabilidade para proprietários e imobiliárias. Porém, na outra ponta, há necessidade urgente de aprimorar os critérios para a aprovação de inquilinos.
De cada 10 brasileiros adultos, quatro estão inadimplentes, segundo dados do SPC e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas. Na comparação entre setembro de 2020 e setembro de 2021, o número de pessoas que não conseguem honrar suas contas aumentou mais de 11%. O desemprego diminuiu, mas a renda do trabalhador segue em queda, o que liga o alerta para o fechamento de contratos.
Atentas a isso, seguradoras e garantidoras de aluguel estão revisando políticas e sendo mais criteriosas. O movimento também acontece nas imobiliárias, que devem redobrar a atenção para processos como vistorias e a escolha da modalidade de fiança. A figura do fiador, inclusive, pode voltar a ganhar relevância após um período de protagonismo de novos formatos.
Dores de cabeça não podem valer mais que o contrato assinado. A vacância de imóveis não é interessante para ninguém, mas contratos arriscados são um prato cheio para gerar prejuízos e traumas irreversíveis. O momento pede critério e aprimoramento de processos.
A onda digital que chegou para valer no mercado imobiliário transformou diversos corretores em consultores. Só que não vale apenas mudar de função no crachá e seguir a mesma rotina de antes. A exigência é de mais habilidades técnicas e sociais para, de fato, concretizar essa atualização.
Menos riscos e burocracia para a compra de imóveis. Até pouco tempo atrás, para comprar um imóvel no Brasil era preciso emitir dezenas de certidões para certificar que a situação do imóvel e do vendedor eram legais. Porém, uma mudança na lei dispensa a exigência de algumas certidões e todas as informações passam para uma matrícula, que se torna uma espécie de certidão de nascimento do imóvel.
Fonte: iMobi Report (25/10/2022).
Além da reposição da inflação, o aumento tem relação com a estagnação de preços a partir da pandemia e a escassez de imóveis para locação.
A maior alta do aluguel na década chama atenção por dois fatores. De um lado, preços maiores elevam a perspectiva de rentabilidade para proprietários e imobiliárias.